quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Texto Gentilmente Cedido Pela Professora Maria Marcela de Lima Pimentel


TIC, Software Educativo e Inovação Pedagógica


Diante do atual momento de transformações sociais que estamos a viver, onde as tecnologias tornam-se cada vez mais presentes e necessárias em nossas vidas, os indivíduos sentem cada vez mais a necessidade de se redescobrir a partir destas novas possibilidades de aprender.

De modo a atender as necessidades humanas todas as esferas sociais buscam ajustar-se as demandas deste período de transição paradigmática.

No entanto, visualizamos a escola como um espaço que ainda não evoluiu neste sentido, materializando-se em uma instituição que parece descontextualizada em relação ao todo social e as aspirações humanas, tendo em vista que não é capaz de preparar os sujeitos para as possíveis situações que o futuro reserva.

A fim de dissipar este abismo existente entre a escola e as demandas da modernidade a inserção das Tecnologias de informação e Comunicação nos espaços escolares buscou suprir as lacunas oriundas de um modelo de ensino apoiado no passado. E isto pouco adiantou. O acréscimo destas ferramentas não pôde garantir a instituição escola as práticas de ensino e as situações de aprendizagem que de fato eram necessárias.

O resultado foi a utilização dos instrumentos tecnológicos, programas, softwares, etc, de maneira superficial e improvisada, ou seja, sem objetivos bem definidos.

Embora tenhamos a certeza de que o uso destas ferramentas seja muito importante a educação, percebemos que estes instrumentos por sim só não garantem o sucesso que se espera da escola. É importante que os educares estejam preparados para usá-los, e que compreendam a sua importância no sentido de favorecer situações de aprendizagem. Tendo consciência que a consolidação de um modelo de escola pautado na inovação pedagógica não depende da utilização das tecnologias, mas da realização de práticas de ensino e situações de aprendizagem bem sucedidas.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Texto gentilmente escrito para nosso blog pela professora Mônica Suely Guerra Falcão de Andrade Lima


Inovação Pedagógica

Ao analisarmos as mudanças vivenciadas pela sociedade podemos perceber claramente a necessidade de adaptação do homem no sentido de sentir-se parte desta onda de mudanças. Dessa forma, é facilmente perceptível as dificuldades enfrentadas pelos indivíduos no sentido de se ajustarem a esta demanda de transformações.
No entanto, quando paramos para analisar algumas esferas da nossa sociedade sentimos como se o futuro que se insinua estivesse retido em um “espaço-tempo”, aprisionado em uma espécie de calabouço que não o deixa seguir o curso em modernidade. Assim visualizamos a escola. Espaço de processamento de informações pouco refletidas.

Embora tenhamos avançado em busca de novas fórmulas, soluções para problemas e doenças graves, previsões de catástrofes e tantos outros problemas, ainda não conseguimos fazer da escola um lócus de desenvolvimento das potencialidades humanas em sua plenitude.

Ao refletirmos sobre o construcionismo definido por Papert como uma possibilidade real de desenvolvimento dos educando, enquadramos esta prática como elemento fundamental para compreendermos o conceito de inovação Pedagógica. No entanto, é essencial esclarecer que a inovação pressupõe não apenas reformas educacionais ou curriculares, mas, sobretudo, transformações significativas na prática docente.

Dessa forma, o educador assume o papel secundário no processo de aprendizagem, que dar-se-á a partir de situações que oferecem o mínimo de ensino, permitindo ao aluno diferentes momentos que estimulam a aprendizagem. Nesta perspectiva, de inovação é essencial permitir ao educando a oportunidade de aprender de forma autônoma, experimentando diferentes vivências pedagógicas que o estimule a construir seu conhecimento a partir da descoberta.

Pensar em uma mudança significativa na escola é muito mais que implantar meios técnicos para a transformação das práticas docentes. A consolidação de didáticas pautadas na tecnologia não irá garantir que a escola cumpra seu papel. Uma educação tecnizada não nos aproxima da evolução almejada ou torna nossas escolas mais eficientes.

A inovação pressupõe novas formas e concepções de para entender o processo de ensino e aprendizagem, e muito mais que isso, a inovação materializa-se em práticas educativas que apresentem como foco principal o desenvolvimento do educando a partir de suas reais possibilidades. A inovação advém de experiências pedagógicas que concebem o educando como sujeito de suas próprias aprendizagens, capaz de desenvolver suas potencialidades apenas com o auxílio do educador, e não mais sob o seu condicionamento.

A Inovação Pedagógica busca repensar e reconstruir toda a estrutura da instituição escolar. Refletir essencialmente sob de que forma o educador pode favorecer o crescimento dos sujeitos sociais, e libertar as ações destes dentro e fora dos muros da escola e transcender o ato de educar também a momentos do cotidiano em uma escola dentro e fora do espaço escolar. Livrar a cultura escolar da falência e miséria sob a qual estruturamos o modelo de educação falho e insuficiente que marcou e sentenciou indivíduos ao longo da história humana. E não importa que essa “Nova Educação” venha a acontecer de forma completamente presencial ou por meio de estruturas cooperativas de educação à distância ou virtual, realizada através do subsídio de tecnologias de ponta ou recursos pouco sofisticados. O importante é que esse novo conceito de educação esteja pautado no compromisso com o crescimento social e intelectual, que realize o objetivo de educar e formar que a atual escola não foi capaz de honrar. 

Pensar em uma mudança significativa na escola é muito mais que implantar meios técnicos para a transformação das práticas docentes. A consolidação de didáticas pautadas na tecnologia não irá garantir que a escola cumpra seu papel. Uma educação tecnizada não nos aproxima da evolução almejada ou torna nossas escolas mais eficientes.
 

Prof.: Mônica Suely Guerra Falcão de Andrade Lima

domingo, 22 de abril de 2012

terça-feira, 17 de abril de 2012

Resumo do trabalho apresentado na categoria pôster no I ENIPE - Encontro Internacional Sobre Inovação Pedagógica - A Velha Escola em um Novo Mundo. Realizado no Centro de Convenções de Pernambuco no dia 19 de Novembro de 2011.


AS TIC NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR: UM CAMINHO A SER TRILHADO

GT - As TIC e os Novos Paradigmas Educativos


Cláudio de Oliveira Pinheiro Neto1, 2, Maria da Conceição Carrilho de Aguiar1

1Mestrando(a) em Educação Área de Inovação Pedagógica, Universidade da Madeira - UMa,  Ilha da Madeira, Funchal, Portugal. 2Geógrafo, Professor do Município do cabo de Santo Agostinho, PE, Brasil.

E-mail do apresentador: claudiopneto@ig.com.br

Resumo

O complexo e veloz desenvolvimento da sociedade pós-moderna causou o encurtamento das distâncias e um ritmo cada vez mais acelerado das informações, exigindo dos atores sociais formas inovadoras de apreender a realidade à sua volta. Com o desenvolvimento vertiginoso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), ficou muito mais fácil e rápido se comunicar, compartilhar informações e experiências com pessoas localizadas muitas vezes em lugares distantes. Essas transformações abrangem de forma significativa todas as esferas sociais e principalmente as relações humanas que atualmente se mostram repletas de novos valores e conceitos. O presente artigo tem a finalidade de compreender o uso das TIC na formação inicial dos professores, relatando como o futuro docente adquire a habilidade necessária para inseri-la na sua prática docente, pois dentro do atual contexto social as TIC possuem um papel estratégico na formação do cidadão. Assim, diante do vertiginoso desenvolvimento tecnológico contemporâneo a sociedade passa a refletir sobre o uso das TIC na educação, com o intuito de desenvolver uma prática educativa mais autônoma, democrática e flexível. Criando novas possibilidades de aprendizagem, assim como, familiarizando as novas gerações com o uso desses novos artefatos tecnológicos. Pretende-se primeiramente conceituar o que vem a ser TIC e como essas novas tecnologias influenciam no processo de ensino e aprendizagem. Diante desse contexto, esse estudo buscou considerar os problemas da prática do professor e a influência na formação docente nos curso de licenciatura. Ressalta-se o papel das Universidades e Faculdades como instância formadora dos professores para que os mesmos possam trabalhar com essas ferramentas com propriedade.

Palavras-chave: Tecnologia da Informação e Comunicação; Educação; Formação do Professor.




Link:




domingo, 5 de fevereiro de 2012

Vygostsky e a Zona de Desenvolvimento Proximal


O psicólogo bielo-russo Lev Semenovitch Vygotsky foi um pesquisador importante em sua área de atuação e um dos primeiros a conceber a ideia que o desenvolvimento intelectual das crianças decorre de interações sociais e peculiaridades das condições de vida das mesmas. Teve sua obra descoberta pelos cientistas do ocidente, anos após sua precoce morte por turbeculose, aos 37 anos. Sua concepção sobre aprendizado decorre da ideia que o homem é um ser social que se forma em contato com a sociedade. Se opondo às concepções empiristas que enxergam o homem como produto de estímulos externos. Criticando também as teorias inatistas que defendem que o homem já nasce com as características que irá desenvolver durante a vida. Para o autor, o desenvolvimento do homem está intimamente ligado a historia da sociedade, sendo assim, é impossível separar um do outro. Pois, desde que as crianças nascem elas interagem com os adultos, e esses, naturalmente, procuram transmitir a elas a maneira “correta” de se relacionar com a cultura.

O autor acreditava que na mente dos aprendizes existe uma “Zona de Desenvolvimento Proximal”, que é a distância entre o nível de desenvolvimento real, que representa a capacidade do aprendiz de resolver problemas individualmente, e o nível de desenvolvimento potencial, que é determinado através daquilo que o aprendiz pode resolver com o auxílio de um instrutor ou outro aprendiz mais experiente. O desenvolvimento potencial é sempre uma incógnita, pois ainda não foi atingido. Então, as “boas aprendizagens” são aquelas que proporcionam o aumento no nível do desenvolvimento do aprendiz. Assim, a aprendizagem mediada por pares mais experientes ou mais capazes, se mostra um bom método de evolução do desenvolvimento.

Utilizar os próprios aprendizes como instrumento de instrução fazendo com que eles “ensinem” uns aos outros parece uma boa saída para os problemas da escola atual, como o grande número de alunos por turma e a falta de recursos didáticos (a quantidade de computadores por alunos por exemplo). Segundo Vygotsky, a auto-regulação é precedida por uma regulação exterior. Assim, com o desenvolvimento da aprendizagem orientada, o guia vai entregando gradativamente o controle nas mãos do aprendiz, que vai assumindo uma maior responsabilidade cognitiva sobre as tarefas, e assim, cada vez mais o aprendiz auto-regula suas tarefas.

Vygotsky considera muito importante o trabalho do educador neste contexto, como impulsionador do desenvolvimento cognitivo dos aprendizes, disponibilizando apoio e insumos para que eles possam aplicar um nível de conhecimento maior do que seria possível sem auxilio. Porém, é importante perceber antes se o aprendiz tem condições de absorver o pensamento. Se os processos educativos no Brasil forem desenvolvidos considerando a ZDP, podem fornecer aos educadores indícios das potencialidades dos aprendizes, permitindo que os processos educativos sejam mais individualizados e sistemáticos. Porque na óptica do autor o desenvolvimento da “criança é um processo dialético complexo caracterizado pela periodicidade, desigualdade no desenvolvimento de diferentes funções, metamorfose ou transformação qualitativa de uma forma em outra, embricamento de fatores internos e externos, e processos adaptativos que superam os impedimentos que a criança encontra”. Sendo assim, fica claro que para o autor o desenvolvimento é um processo que acontece de dentro para fora se opondo as tradicionais concepções que postulam o contrario.


I Encontro Internacional - Homenagem a Paulo Freire nos 90 anos de seu nascimento


































Inscrições:
http://www.araemadeira.org/



sábado, 21 de janeiro de 2012

Inovação Pedagógica

O conceito de inovação pedagógica que será debatido neste blog está efetivamente ligado à superação do vigente paradigma fabril, descrito por Alvin Toffler (no livro Choque do Futuro) e José Gimeno Sacristán (La Pedagogia por Objetivos: obsesión por la eficiencia), ancorado nas tradicionais concepções de ensino e aprendizagem, e por isso, incapaz de suprir as novas necessidades sociais no que se refere à formação das novas gerações. A prática educacional da escola tradicional e seus valores estão profundamente abalados, esgotados, revelando sua obsolescência diante das novas aspirações da sociedade emergente.

Para haver inovação pedagógica é necessário que haja mudanças qualitativas nas práticas pedagógicas, sejam dos ambientes físicos ou virtuais de aprendizagem. Essas mudanças envolvem um posicionamento crítico diante das concepções da escola tradicional e busca a criação de contextos de aprendizagem inovadores, diferentes da escola tradicional, que insiste no modelo de se criar contextos de ensino, mantendo sempre o foco no professor e não no aprendiz.

A persistência na criação de contextos de aprendizagem se reforça na ideia de Seymour Papert (no livro A Máquina das Crianças: Repensando a escola na era da informática), que a prática do professor construcionista dar-se a partir de situações que oferecem o máximo de aprendizagem com o mínimo de ensino. Nesta perspectiva, o professor assume o papel secundário no processo de aprendizagem, preocupado em desenvolver momentos ricos em nutrientes cognitivos. Assim, é essencial permitir ao aluno a oportunidade de aprender de forma autônoma e motivada, experimentando diferentes situações que o estimule a construir seu conhecimento a partir de suas próprias descobertas, sempre respeitando seus limites e peculiaridades, contrariando o modelo “castrador da criatividade” na educação em vigor.

A inovação pedagógica se traduz em novas ideias e concepções para se entender e atuar no processo de aprendizagem em ambientes escolares ou não. Portanto, a inovação implica diretamente nas práticas pedagógicas e não em reformas curriculares ou mudanças programáticas, ainda que elas possam sugerir ou até mesmo nortear-nos no rumo das mudanças qualitativas.

A inovação pedagógica só pode ser compreendida se estudada no local onde os fenômenos ocorrem e se valendo de instrumentos etnográficos (observação participante) que busquem entender de dentro como eles acontecem.

O Professor Doutor Carlos Nogueira Fino (no trabalho InovaçãoPedagógica: significado e campo de investigação) afirma a importância de reter o seguinte:

  • A educação institucionalizada preserva as práticas tradicionais, encontrando sempre pretextos para impor a ortodoxia.
  • A inovação pedagógica não é o resultado da formação de professores, ainda que a (boa) formação seja determinante.
  • A inovação pedagógica não é induzida de fora, mas um processo de dentro, que implica reflexão, criatividade e sentido crítico e autocrítico.
  • A inovação pedagógica, ainda que inspirada ou estimulada por idéias ou movimentos, que extravasam do âmbito local, é sempre uma opção individual e local.
  • A inovação pedagógica, nestes dias de desenvolvimento exponencial da ciência e da tecnologia não é sinônimo de inovação tecnológica.
Para se interar mais sobre inovação pedagógica, aconselho que estudem os trabalhos dos professores doutores Carlos Nogueira Fino e Jesus Maria Sousa (ambos docentes da Universidade da Madeira – Portugal), em suas respectivas páginas na internet.